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Casa feita com R$ 150 mil ganha prêmio de arquitetura

A casa de Dalva foi construída com o que ela juntou trabalhando como diarista. Inteligente no design e nos gastos, o projeto rendeu até prêmio internacional

Por Texto: Daniel John Furuno e Amanda Sequin (colaboração) Reportagem visual: Deborah Apsan Fotos: Cacá Bratke
Atualizado em 9 set 2021, 18h05 - Publicado em 9 jul 2018, 07h47
(Cacá Bratke/Minha Casa)

Foi manchete em diversos veículos de imprensa, não apenas os especializados: “Casa modesta, em bairro afastado do centro de São Paulo, ganha prêmio internacional de arquitetura”. A honra foi concedida pelo Archdaily, um dos principais websites do segmento, que, a exemplo do que acontece todos os anos, confiou a seus leitores a tarefa de escolher os 14 melhores projetos espalhados pelo mundo. Assim, avaliando critérios como “beleza, criatividade e serviço à comunidade”, os internautas elegeram, entre outros, um conjunto de residências em Ruanda, uma capela modernista no Japão e a casinha na zona leste da capital paulista. Aliás, casinha coisa nenhuma – um palacete, na opinião da proprietária, Dalvina Borges Ramos, a dona Dalva.

(Cacá Bratke/Minha Casa)

O imóvel, conquistado após décadas de trabalho como empregada doméstica, estava literalmente caindo aos pedaços e clamando por uma reforma. Contratada, a equipe do escritório Terra e Tuma Arquitetos Associados foi além: demoliu a casa antiga e construiu uma nova com o orçamento disponível (R$ 150 mil) e em tempo recorde (cerca de dez meses). O resultado pode ter obtido reconhecimento em nível global, mas o prêmio maior é o sorriso de dona Dalva.

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(Cacá Bratke/Minha Casa)

Agilidade e baixo custo guiaram as escolhas, já que prazo e orçamento eram apertados – assim, vieram os blocos de concreto nas paredes e o concreto usinado no piso, que dispensaram acabamentos. Os conduítes de aço que abrigam a fiação ficaram expostos, evitando quebra-quebra e reforçando o estilo industrial.

(Cacá Bratke/Minha Casa)

Sonhos Aliados em 95 m²

A fim de evitar o sobe e desce, cansativo para a moradora de 74 anos, os principais cômodos estão no nível da rua. No piso superior, ficam a suíte do filho de dona Dalva (1) e a horta (2), onde são cultivadas plantas e temperos.

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