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Apartamento pequeno personalizado por coleções

Câmeras fotográficas, bonecos e monstrinhos ditam o visual deste apartamento alugado, no Rio de Janeiro, para onde o casal levou os móveis do endereço anterior.

Por Texto e Reportagem Visual Daniela Arend (RJ)/Fotos Tomás Rangel (RJ)
Atualizado em 10 set 2021, 01h04 - Publicado em 3 nov 2015, 16h43

Fazia um ano da mudança quando os publicitários Tatyana e Bernardo Cople souberam que o primeiro filho, Francisco, estava a caminho. Era o que faltava para buscarem socorro nas ideias da arquiteta Cristiane Passos e arrumarem a casa, principalmente a sala, o escritório e o quarto do bebê. “Parte dos móveis nós ganhamos de presente de casamento, e não víamos razão para nos desfazermos deles”, conta Tatyana. “Mas precisávamos adaptá-los à realidade de um apartamento maior, de 100 m2.” Sugestões simples renovaram a decoração, deixando-a funcional e moderna. “Optei por uma base clara e pelo mobiliário neutro”, diz a arquiteta. “Definidas as peças principais, foi só distribuir por estantes e prateleiras os pôsteres e os objetos que os moradores valorizam, como as câmeras do Bernardo e os exemplares de toy art da Taty. Assim, o lugar ficou colorido e alegre, refletindo a personalidade deles.”                                                                                      

Foto Tomás Rangel 

Uma das faces da sala de jantar acolhe duas estantes iguais, compradas prontas. Essas expõem parte das coleções e das lembranças trazidas de viagens. Como o mobiliário se resume a peças brancas e pretas, são esses elementos os responsáveis pelo aspecto multicor da área. Desgastado pelo uso, o bufê já não era mais o mesmo. Em vez de substituí-lo, a arquiteta cobriu o tampo com um vidro. “Aqui, a placa foi pintada de preto, mas vale qualquer tom. Essa é uma solução fácil e barata para dar nova aparência a itens envelhecidos”, explica Cristiane. Repare como o espelho, pendurado acima do bufê, duplica os quadros, que foram apoiados em prateleiras estreitas. Se visto de frente, reflete o conteúdo das estantes. Com esse truque óptico, a arquiteta não só tornou a sala aparentemente mais ampla, como “adicionou” cor a todas as paredes.

Foto Tomás Rangel 

O rack, desenhado pela arquiteta, leva um painel que atua como fundo falso, escondendo a fiaç��o. É arrematado, no alto, por uma prateleira, onde se enfileiram mais alguns objetos e pôsteres. Apesar das grandes superfícies brancas, o conjunto passa longe da monocromia. Turquesa, roxo, vermelho e amarelo compõem a paleta do estar, pontuando as almofadas sobre o estofado, a poltrona listrada, os quadros e até as miudezas. Móvel para TV Com acabamento de laca branca acetinada: painel (1,86 x 1,40 m), prateleira (1,86 x 0,25 m) e rack (1,80 x 0,50 x 0,50 m). Esse último tem puxadores e pés de madeira linheiro chumbo. Marcenaria Morada de Teresópolis Poltrona A Mix é de madeira maciça, com tecido listrado, Desmobilia.   

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Foto Tomás Rangel 

Uma das faces da sala de jantar acolhe duas estantes iguais, compradas prontas. Essas expõem parte das coleções e das lembranças trazidas de viagens.

Foto Tomás Rangel 

Conforto não quer dizer ostentação, como prova o quarto de Tatyana e Bernardo. Em meio à simplicidade da decoração, ambos têm o que precisam: uma persiana blecaute para assegurar o sono após o raiar do dia, um criado-mudo em cada lateral, armários e uma cama com quatro gavetões, que ajudam a pôr ordem no lugar. Este móvel, feito sob encomenda, veio do apartamento anterior. Os criados-mudos de diferentes alturas são da mesma linha. Resultado: a composição é harmoniosa, sem cair no repeteco. Porta-travesseiros, colcha, manta e almofadas vestem a cama com a agradável textura do algodão.

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Foto Tomás Rangel 

Sobre o criado-mudo, destacam-se o quadro da galeria Planeta Cúbico, de Buenos Aires, e a caneca na cor favorita da moça.

Foto Tomás Rangel 

Quem vê o cantinho descolado de Francisco não imagina o passado recente do cômodo. “Os moradores guardavam de tudo ali!”, diz Cristiane, que enxotou a bagunça e planejou a distribuição dos móveis para a criança. “O tema de monstrinhos surgiu na época do chá de bebê, quando o Bernardo criou um personagem para ser a lembrancinha da festa”, conta a esposa. Até o nascimento, o pai desenhou outros tipos para povoarem o quarto do filho. “O mais divertido é que cada um tem seu nome e vamos inventando histórias para eles”, completa Tatyana.

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Foto Tomás Rangel 

O piso de porcelanato claro, os armários novinhos, combinando acabamentos branco e madeira, e os tampos de mármore branco ceará já integravam a cozinha quando o apartamento foi alugado. Melhor para os inquilinos, que dispensaram modificações radicais no ambiente e apenas tingiram a parede onde há uma bancadinha para refeições. “Achei legal usar cor nessa área, pois assim o espaço da copa fica bem delimitado”, justifica Cristiane.

Foto Tomás Rangel 

Antes da aplicação da tinta acrílica fosca laranja (ref. P125, da Suvinil), a superfície azulejada foi nivelada com massa acrílica. Assim, não se percebem os rejuntes. O único nicho aberto destina-se à coleção de garrafas, em especial às de refrigerante assinadas por artistas.

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Foto Tomás Rangel 

A mesa ampla reserva uma área ao uso do computador e outra à atividade manual. Feita de compensado naval, é revestida de laminado branco texturizado, fácil de limpar no caso de ser riscado a caneta. Para preservar os pôsteres e as impressões no formato A3 que Bernardo guarda, encomendou-se uma mapoteca, um tipo de cômoda com gavetas largas e rasas. Acima dela, um armário com portas de vidro deixa à mão caixas e álbuns de fotos. Cadeira – giratória Lavoro executiva, de couro sintético, Tok & Stok.

Foto Tomás Rangel 

Do outro lado do home office, o morador dispõe de uma poltrona para consultar obras de referência, reunidas na estante vizinha. Além delas, há brinquedinhos e câmeras, claro! Marcenaria – Com desenho da arquiteta: mesa (2 x 0,75 x 0,75 m), mapoteca laqueada (73 x 55 x 98 cm) e armário com portas e prateleiras de vidro (0,77 x 0,45 x 1,05 m). Marcenaria Morada de Teresópolis. Estante suspensa Modelo de MDP Access (1,40 x 0,30 x 2 m), Tok & Stok.

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Foto Tomás Rangel 

Ilustração Alice Campoy

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