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Horta hidropônica em casa

Com canos de PVC, um bom reservatório, motor de aquário, mangueira, sementinhas e o mínimo de habilidade, é possível montar um sistema como este e colher vegetais sem agrotóxicos em seu próprio quintal!

Por Texto: Daniella Grinbergas
Atualizado em 10 set 2021, 00h14 - Publicado em 10 nov 2016, 08h00

O dentista Herculano Grohmann é daquele tipo de morador que está sempre atrás de alguma coisa diferente para fazer em casa. “Minha nora me chama de professor Pardal, um personagem de histórias em quadrinhos famoso por suas invenções”, se diverte. E foi pesquisando ideias na internet para uma nova investida que ele se deparou com este mecanismo engenhoso e decidiu criar uma horta hidropônica no corredor lateral de seu sobrado. “Em um dia coloquei tudo em prática, e um mês depois já pude colher minha salada. O sabor é muito bom, e a satisfação de comer o que você produziu, com a certeza de que está completamente livre de agrotóxicos, é muito melhor!”, diz. A seguir, ele dá todas as dicas para quem quiser fazer igual.

MONTANDO A ESTRUTURA

Para esta horta, Herculano comprou canos de PVC com 3 m de comprimento e bitola de 75 mm. Em seguida, perfurou cada peça a fim de encaixar os vasos plásticos vazados, modelos especiais para mudas de hidroponia (foto 1) – o trabalho ficou mais fácil com o auxílio de uma serra-copo. “Se for plantar alface, o ideal é preservar uma distância de 25 cm entre os furos. Já para rúcula, 15 cm são suficientes”, orienta. A segunda etapa exigiu matemática: foi preciso calcular a bitola das curvas para que o nível de água nos canos fosse adequado, mantendo contato permanente com as raízes. “Concluí que o ideal eram curvas de 90 graus, feitas com joelhos de 50 mm”, conta. Porém, para que elas casassem com os canos de 75 mm, ele precisou adaptar o projeto com conexões especiais, as chamadas reduções. “Note que cada redução tem a saída descentralizada (foto 2), então, girando a redução no cano, posso determinar o nível da água – consegui 2,5 cm de altura”, afirma o dentista. Algumas pessoas preferem fazer a estrutura levemente inclinada, facilitando a circulação do líquido, mas ele optou por manter a tubulação reta, sem caimento, pois em caso de falta de energia e interrupção do bombeamento da água, o nível se mantém, e as raízes permanecem encharcadas. 

SUSTENTAÇÃO DA HORTA

“Navegando pela internet, encontrei muitas referências com os canos de PVC pregados diretamente na parede, mas isso limita o espaço de desenvolvimento das plantas”, explica Herculano. Para afastar o encanamento da alvenaria, ele encomendou a um marceneiro três caibros de madeira com 10 cm de espessura e os fixou com parafusos e buchas. A instalação do sistema de canos nos caibros foi feita por meio de abraçadeiras metálicas.

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ÁGUA EM MOVIMENTO

Para uma estrutura desse porte, são necessários 100 litros de água (Herculano adquiriu um tambor de 200 litros). Uma mangueira de entrada e outra de saída vão acopladas nas pontas do sistema, conectadas ao tambor. Para que a circulação ocorra, é preciso contar com a força de uma bomba de aquário submersa: com base na altura da horta, ele elegeu um modelo com capacidade de bombear de 200 a 300 litros por hora – lembre-se de prever uma tomada por perto. 

COMO PLANTAR

O mais simples é comprar mudas já crescidas. “Envolva as raízes em musgo e coloque-as no potinho vazado”, ensina o morador (foto 3). Outra opção é plantar a semente em espuma fenólica (foto 4) e esperar germinar para, então, transferir para o recipiente no cano. 

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VEGETAIS BEM NUTRIDOS

Quando o plantio é no solo, a terra fornece os nutrientes, porém, no caso da hidroponia, a água é que tem essa função. Por isso, fique atento ao preparo da solução nutritiva que vai circular pelo encanamento. Há kits prontos de nutrientes específicos para cada vegetal, à venda em lojas especializadas. “Troque toda a água e reponha a solução a cada 15 dias”, ensina Herculano. 

CUIDADOS SEM AGROTÓXICOS

A maior vantagem de cultivar os vegetais em casa é a certeza de que são livres de produtos químicos, mas justamente por isso é preciso redobrar a atenção com o cultivo. Se aparecerem pulgões ou outras pragas, apele para inseticidas naturais. O morador dá uma receita que testou e aprovou: “100 g de fumo de corda picado, misturados em 2 litros de água fervente. Depois que esfriar, basta coar e vaporizar nas folhas afetadas”.

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