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Moradores de condomínio residencial criam horta comunitária

Colher temperos e ervas sem agrotóxicos faz parte da vida destes vizinhos, que transformaram uma área mal aproveitada do jardim em canteiros orgânicos

Por Texto: Cristiane Teixeira | Fotos: Luis Gomes
Atualizado em 9 set 2021, 18h14 - Publicado em 28 jun 2018, 11h55

Na última vez em que o manjericão foi colhido, cada família deste condomínio em São Paulo recebeu um punhado de ramos fresquinhos. “A produção de ervas dá e sobra!”, diz a paisagista Paula Galbi, moradora do lugar e idealiza-dora da horta. Com a consultoria da engenheira- -agrônoma Heloisa Antunes – sua parceira no projeto Hortelonas, hoje também integrado por Dulce Moraes -, Paula desenhou o espaço e escolheu as espécies a serem cultivadas de modo orgânico. “Na primeira fase, tivemos várias hortaliças, mas eram insuficientes para todos. Então reduzimos essas espécies e focamos nas ervas aromáticas e medicinais.” Diferentes variedades crescem lado a lado, o que se chama de consorciação: “Elas se completam no uso de espaço, água, luz e nutrientes. Em hortas orgânicas, o consórcio com plantas repelentes e atrativas previne pragas”, segundo a paisagista. Traduzindo: espécies como alecrim e orégano afastam insetos nocivos, enquanto outras, a exemplo de capuchinha e tagetes, têm o poder de atrai-los e evitar que eles se proliferem. Na época do plantio, coube aos jardineiros do condomínio preparar o solo e inserir as mudas. Hoje em dia, um jardineiro rega e cuida dos canteiros, um grupo de moradores verifica o que é preciso plantar e comprar, e todos os vizinhos usufruem da horta. Até que se desenvolvam, as ervas exibem plaquinhas pedindo paciência. E funciona? “Sim! Todos têm respeitado”, revela Paula.

(Luis Gomes/Minha Casa)

Para formar os canteiros, foi escolhida a madeira plástica, feita de polietileno com proteção contra raios UV. O material tem durabilidade estimada em 100 anos, segundo Ricardo Galvão, da Allpex, empresa que forneceu o produto e montou as jardineiras (R$ 12 mil). Depois de feitos os pilaretes a cada 40 cm, as réguas – que possuem 15 cm de altura e 3 m de comprimento, no padrão jatobá – foram aparafusadas neles.

Alecrim (Luis Gomes/Minha Casa)

Manjericão verde

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SálviaAlho-poró

Tomilho

Quando as ervas atingem o ponto de colheita, ganham plaquinhas com nomes, para facilitar a identificação pelos moradores. Todas as mudas são orgânicas, a maioria vinda do viveiro Sabor de Fazenda, que só trabalha com produtos livres de agrotóxicos – as variedades mais em conta, como alecrim, manjericão comum, alho-poró, sálvia e tomilho, custam R$ 5 cada muda, em vasinhos de 10 cm.

Lavanda (Luis Gomes/Minha Casa)

A lavanda afasta os insetos, enquanto a libélula os devora. Já a tagetes (também chamada de cravo-de-defunto) atrai as borboletas e evita que suas lagartas ataquem as ervas.

Cravo-de-defunto (Luis Gomes/Minha Casa)

“Os insetos são sensíveis a odores, então as plantas aromáticas protegem outras que estejam próximas.” Paisagista Paula Galbi

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