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Um refúgio sem igual

Nesta casinha, segurança não falta: ela fica no interior de um edifício. E ainda ilustra, por meio da decoração, capítulos da vida da moradora

Por Texto: Isis Gabriel / Reportagem visual: Célia Mari Weiss
Atualizado em 10 set 2021, 01h11 - Publicado em 10 set 2015, 10h00

Criada no interior, a fotógrafa e produtora Célia Mari Weiss sentia falta de um quintal. Por isso, quando soube que o sobrado nos fundos do prédio em que mora, em São Paulo, seria desocupado, tratou de alugá-lo. Não é para menos: o imóvel, que antes era o lar do zelador e acabou se tornando parte do condomínio, oferece a liberdade de uma casa e a segurança de um apê. Sem falar na almejada área externa, que passou a acolher, além de plantas, as cachorras Madalena, Carlota e Joaquina.

A natureza recepciona

O sobradinho divide espaço com a garagem térrea do prédio, da qual é resguardado por um portão de ferro. “Como ele é vazado, parafusei painéis de bambu e ganhei mais privacidade”, diz Celia.

❚ “A maioria das plantas que tenho foi presente. Os vizinhos acham que levo jeito, então trazem para eu cuidar, como se aqui fosse um pronto-socorro verde”, conta.  

❚ A pintura com cara de antiguinha na entrada foi conquistada com uma mistura de cimento, Pó Xadrez, cola branca e água, aplicada com desempenadeira.

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Tudo e além em 98 m²

Mais do que suficiente para a moradora, a planta conta até com lavabinho (1) no piso inferior e dormitório extra (2) no superior.

Dicas da moradora

Beleza sem poeira

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“Já sabia que as paredes eram de tijolos, então não pensei duas vezes: descasquei uma delas, no hall de entrada, deixando os blocos aparentes. Para quem quiser fazer igual, recomendo aplicar algum selador [como o Silicone, da Suvinil. Tintas MC , R$ 117 a lata de 5 litros] – eu não fiz isso ainda, mas já vi que será necessário: do jeito que está, a superfície solta muito pó.” 

Segredos do arranjo

“Na hora de pendurar os quadros, a sugestão é colocar primeiro o maior e depois ir ajeitando os outros a partir dele – gosto de alinhá-los pela base, só não fiz aqui porque a parede é toda irregular. Um truque para saber onde fixar o prego: passe um pouco de pasta de dente no ganchinho e encoste o quadro na posição em que deseja; quando afastá-lo, você verá a marcação na superfície.”

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Dos móveis à parede, tudo é pessoal

❚ O mobiliário consiste quase todo em itens com valor sentimental. Logo na entrada, a cômoda herdada da mãe apoia a peça com gavetas e espelho, chamada barbearia, presente de um ex-namorado. “Junto à porta, o espelho espanta as energias negativas”, diz a adepta do feng shui. Diante da dupla, o baú que pertenceu à avó ganhou almofadas e virou banco. No outro extremo da parede de tijolinhos ficam a mesa carretel, doada por uma amiga, e as poltronas arrematadas em um bazar e decoradas com tecido bordado à mão pela irmã.

❚ Uma viagem ao Marrocos ajudou a definir a paleta da sala de TV. “Me encantei com as cores de lá, por isso usei essa referência na decoração. Misturei, por exemplo, umas sobras de tinta que tinha para chegar ao tom de terracota na parede”, conta.

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Dicas da moradora

Receita de móvel com charme de antigamente

“Pretendo pintar a cama com a mesma técnica que usei no criado-mudo e na cômoda e, assim, obter um efeito de pátina provençal. Primeiro, passo lixa grossa para tirar as imperfeições, e, em seguida, lixa fina, deixando as superfícies lisinhas. Depois, aplico duas demãos de esmalte branco fosco à base de água e espero secar. Com uma faquinha, vou raspando só as quinas, para parecer um desgaste causado pelo tempo, e acerto as rebarbas com lixa fina. No caso da cômoda, ainda passei tinta rosa na frente das gavetas.”

Pra inspirar e pra guardar

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❚ A técnica chinesa de harmonização também deu as cartas no dormitório. “O feng shui ensina que esse é um ambiente para descansar e recompor as energias, por isso as cores claras são mais indicadas”, diz a moradora, justificando a predominância do branco. O que não significa que outros matizes sejam proibidos – aqui, eles comparecem na colcha (modelo Listras Estampado, tamanho casal. Etna, R$ 209,90) e nas capas das almofadas (Rosalie, 40 x 40 cm, de crochê. Tok&Stok, R$ 59,90 cada). 

❚ “Outra influência marroquina, o tom amarelo-manga na parede da cozinha também é resultado de mistureba de sobras de tinta. Além disso, li em algum lugar que o amarelo estimula o apetite, então achei uma boa pedida”, explica Celia. 

❚ Sem dinheiro para investir em armários, a moradora escalou um amigo engenheiro para instalar, com parafusos, buchas e mãos-francesas, um trio de prateleiras de pínus (duas de 2 x 0,30 m e uma de 80 x 30 cm) para acomodar louças e itens decorativos. As peças, que formam um L em uma das quinas do ambiente, marcam justamente o limite entre as pinturas branca e amarela.

PREÇOS PESQUISADOS ENTRE 8 E 11 DE JUNHO DE 2015, SUJEITOS A ALTERAÇÃO.

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